quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

António de Miranda ( Tocha, 1762 / Palmela, 1825 )

António de Miranda foi baptizado na Capela de Nossa Senhora da Tocha aos dezoito dias de Abril de 1762, com pouco mais de uma semana de vida; foi filho de Manuel Jorge Loureiro e de Estefânia de Miranda, moradores nas Cochadas; foi neto paterno de Manuel Jorge Loureiro e de Maria da Cruz, naturais da freguesia de Cadima; foi neto materno de Manuel de Miranda, natural de Mira, e de Maria Domingues, natural da freguesia da Tocha; foi seu padrinho o tio materno, Nascimento, solteiro; teve por madrinha a tia paterna, Joaquina, igualmente solteira.

António de Miranda, meu quinto avô

Em 1789, casou com Rosária da Cruz; o primeiro filho do casal, Joaquim, foi baptizado na Capela de Nossa Senhora da Tocha, em 1790; o último de que temos conhecimento, Francisco, recebeu o sacramento do baptismo na Igreja de São Tomé, na freguesia vizinha de Mira, em 1803.

Casamento com Rosária da Cruz, em 1789

Em Setembro de 1815, no dia do matrimónio do seu filho primogénito, celebrado na Igreja da Misericórdia da vila de Coina ( concelho de Barreiro ), António de Miranda foi testemunha do casamento de José de Miranda, também natural da Tocha; a ocorrência teve lugar dois anos após a morte de Rosária da Cruz nesta mesma freguesia, podendo assim concluir-se que a família terá chegado a esta região entre 1803, ano do nascimento de Francisco, e 1813, data do falecimento da sua mãe.

Testemunho de António de Miranda, em Coina


António de Miranda, viúvo de Rosária da Cruz, faleceu repentinamente em 1825, na Carregueira, freguesia de São Pedro de Palmela, no entanto foi sepultado na Igreja Paroquial de São Jorge, em Sarilhos Grandes, à semelhança de muitos dos seus conterrâneos, moradores em território de Palmela mas geograficamente mais próximo das igrejas de  São Jorge, em Sarilhos Grandes e  de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita.

António de Miranda faleceu em 1825 na Carregueira,
hoje pertencente à freguesia de Pinhal Novo

O percurso de António de Miranda testemunha a presença " caramela " nesta região nos inícios do século XIX, revelando que a migração das gentes gandaresas para a região a sul do rio Tejo é um fenómeno muito mais antigo e com uma maior extensão geográfica do que frequentemente se acredita.


sábado, 14 de novembro de 2015

Rosária da Cruz ( Mira, 1770 / Coina, 1813 )

Rosária da Cruz nasceu em 1770 no lugar de Cavadas da freguesia de São Tomé de Mira; foi filha de Francisco Ribeiro de Figueiredo e de Maria da Cruz do lugar de Cavadas desta freguesia; foi neta paterna de Caetano de Figueiredo, natural de Ermida desta freguesia, e de Maria Ribeira, das Cavadas; pela parte materna, foi neta de Manuel da Cunha, do Colmeal, também nesta freguesia, e de Luísa da Cruz, natural do lugar do Pisão, freguesia de Cantanhede. Os seus padrinhos foram Manuel Marques, da Corujeira ( freguesia de Mira ) e Rosária, filha de Francisco da Costa, do Pisão ( freguesia de Cantanhede ); João Francisco e António Domingues, ambos das Cavadas, foram testemunhas do seu baptismo.


Rosária da Cruz, minha quinta avó, nasceu
em 1770, na freguesia de São Tomé de Mira

Rosária da Cruz casou com António de Miranda, na Igreja de Nossa Senhora da Tocha freguesia da Quintã Izento do real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em 1789.

Casamento de António de Miranda e Rosária da Cruz;
 em que o seu nome está grafado como Rosália

No ano seguinte nasceu o primeiro filho do casal, Joaquim, no lugar de Catarinões da freguesia da Tocha, onde nasceram também Manuel e Maria. Uma vez que existe um hiato temporal nos livros de baptismos da paróquia da Tocha, entre 1796 e 1805, não foram encontrados registos de outros filhos de Rosária da Cruz nesta freguesia. No entanto, na freguesia vizinha de Mira foi baptizado, em 1803, Francisco, meu quarto avô, o que significa que a família ainda se encontrava na Gândara nessa época. Não foram encontrados registos de baptismo referentes a outros filhos do casal, que se sabe terem existido.

Joaquim, filho de António de Miranda e Rosária da Cruz

Durante muito tempo, a probabilidade de encontrar o assento de óbito de Rosária da Cruz pareceu-me muito baixa ou mesmo nula, após ter procurado, sem êxito em vários livros paroquiais, quer da região gandaresa, quer da margem sul do Tejo. Contudo, nos últimos tempos, um impulso levou-me a pesquisar outros livros da região, numa busca por possíveis ligações e respostas relativamente a outros antepassados.  E, inesperadamente, encontrei a minha quinta avó, numa freguesia onde jamais imaginei que pudesse ter estado, Coina, no concelho do Barreiro

Rosária da Cruz faleceu em 1813 na freguesia de Coina ( que também foi sede de concelho até à sua extinção em 1835, tendo sido nesta data integrado no concelho de Alhos Vedros, até ao seu desaparecimento  em 1855 ), o que significa que viveria nesta região há poucos anos, visto que o seu filho Francisco, meu quarto avô, nasceu em Mira no ano de 1803. Foi sepultada na tumba da Misericórdia, tendo sido pagos 720 reis, e não os 400 inicialmente referidos no assento, como se pode verificar na emenda à margem do mesmo.

Rosária da Cruz faleceu em 1813 na freguesia de Coina

A fim de dissipar todas as dúvidas, pois o assento de óbito não refere a sua naturalidade, procurei na mesma paróquia referências a outros membros da família. E encontrei-as. De facto, Joaquim de Miranda, o filho mais velho de Rosária da Cruz, casou nesta mesma freguesia de Coina em 1815 e aí foram também baptizados vários filhos seus. Também existem referências ao seu viúvo, António de Miranda, testemunha em pelo menos um casamento.

Joaquim de Miranda, filho de António de Miranda e Rosária
 da Cruz, baptizado na freguesia de Nossa Senhora da Tocha,
 casou na Igreja da Misericórdia de Coina em 1815

Não é possível identificar o local exato onde teria vivido esta família nos seus primeiros anos nesta região, no entanto após 1825, encontramos vários filhos de Rosária da Cruz  nos livros paroquiais da Moita, Sarilhos Grandes e Palmela.






sábado, 24 de outubro de 2015

Manuel Gomes Sanheiro ( Tocha, 1830 / Palmela, 1890 )

Manuel Gomes Sanheiro nasceu no lugar dos Inácios de São João da Quintã ( Tocha ) em 1830; foi filho de Joaquim Gomes Sanheiro e de Isabel Francisca, do mesmo lugar dos Inácios; foi neto paterno de Ubaldo Gomes e de Maria Gomes, do lugar do Bracial da mesma freguesia; foi neto materno de avô incógnito e de Maria Francisca, solteira do lugar da Tocha. Os seus padrinhos foram Manuel, filho de Manuel Gomes Carvalheiro, e Nossa Senhora da Tocha, representada por Maria da Cruz, mulher de António Gomes dos Inácios. Foram testemunhas o mesmo Manuel Gomes Carvalheiro e José Francisco de Andrade, " ambos deste lugar da Tocha ". Não foi meu antepassado direto mas sim irmão da minha trisavó Luísa Gomes, também conhecida por Luísa Francisca / Luísa Francisca Gomes

O nome Sanheiro  é pouco usual e poderá tratar-se de uma alcunha; o Novo Dicionário de Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo ( 1813 ), atribui-lhe o significado de " nome que se dá ao marnoto ( trabalhador das salinas ), nas margens do Guadiana ", definição que é partilhada por dicionários mais recentes, podendo tratar-se de uma contração do nome salineiro; de qualquer forma, parece remeter para a palavra salinas, existentes quer na região da Gândara, quer no rio Guadiana. No entanto, não há certezas sobre a origem deste apelido.

Manuel, filho de Joaquim Gomes Sanheiro
Em Fevereiro de 1859, Manuel Gomes Sanheiro,  casou com Ana Azenha na Igreja de São Pedro, em Palmela; a partir do ano seguinte, e por um período superior a vinte anos, o casal irá ter uma numerosa descendência.

Manuel Gomes Sanheiro casou com Ana Azenha em 1859

Ana, a primeira filha do casal, nasceu em 1860

 Manuel Gomes Sanheiro foi morador no lugar de Fonte da Vaca ( presentemente, freguesia de Pinhal Novo ) onde nasceram todos os seus filhos; no entanto, alguns destes deslocaram-se, mais tarde, para a freguesia da Marateca, conforme foi testemunhado à margem dos seus assentos de baptismo. Faleceu na Fonte da vaca em 1890; segundo o seu assento de baptismo, tinha 60 anos de idade, e não 50, como é referido pelo pároco.



Manuel Gomes Sanheiro, morador da Fonte da Vaca, faleceu em 1890





domingo, 11 de outubro de 2015

Maria de Oliveira ( Tocha, 1810 / Palmela, 1863 )

A descoberta do assento de óbito de Maria de Oliveira nos Livros Paroquiais de Palmela constituiu uma verdadeira surpresa, completamente inesperada! Esta foi a primeira filha do casamento de Manuel Jorge Delgadinho ( Tocha, 1773 / Cadima, 1854 ), com Isabel de Oliveira da Rocha ( Cadima, 1787 / 1833 ). Tinha conhecimento da sua existência há algum tempo, assim como sabia da vinda dos seus filhos para esta região entre os concelhos de Palmela, Moita e Montijo. No entanto, assumi, erradamente, como agora se constata, que apenas os seus filhos teriam vindo para o sul do Tejo. Esta antepassada foi minha colateral, irmã da minha trisavó Isabel de Oliveira ( por parte paterna e materna ) e do meu trisavô António Jorge Delgadinho ( apenas por parte paterna ), que também vieram para esta região. Foi ainda irmã de José Jorge Delgadinho ( apenas por parte paterna ), igualmente chegado a estas bandas. Duas décadas de vida separavam-na dos irmãos, no entanto a sua vinda para sul, viúva e com filhos pequenos, prova, uma vez mais, a força e a união familiar, pois este quarteto de irmãos instalou-se integralmente no lugar da Fonte da Vaca ( presentemente freguesia de Pinhal Novo ), onde as suas vidas continuaram interligadas.



Maria de Oliveira nasceu na freguesia da Tocha ( Cantanhede ) a 28 de Abril de 1810; foi filha de Manuel Jorge Delgadinho e de Isabel de Oliveira; foi neta paterna de outro Manuel Jorge Delgadinho e de Mariana Jorge " deste arraial "; foi neta materna de José de Oliveira e de Isabel da Rocha, da Fervença, freguesia de Cadima. Os seus padrinhos foram  " José e Júlia, filhos do avô materno " e foram testemunhas " o dito avô e José Domingues Margarido dos Barris ( Barrins ) desta freguesia de São João da Quintã  ".

Maria foi baptizada em 1810 na Capela de Nossa Senhora da Tocha

Em Janeiro de 1831, Maria de Oliveira casou com José Francisco André, natural do lugar dos Pelichos, freguesia de Arazede, também conhecido por José Francisco Moço, d' Arcangela / d'Arcanja ( o apelido Moço terá tido como finalidade a distinção relativamente ao seu pai, que também se chamava José Francisco; Arcangela ou Arcanja, que na verdade são a variante de um único nome, terão tido origem no nome Arcangela Maria, bisavó de José Francisco; somente a origem da denominação André permanece desconhecida ), na Igreja de Cadima.

Em 1831 casou com José Francisco na Igreja de Cadima

José foi o primeiro filho de Maria de Oliveira, nascido a 8 de Maio de 1832, no lugar dos Pelichos, na freguesia de Arazede. Outros filhos nasceram, como era habitual nesses tempos, até 1843, data do último nascimento ( de gémeos ) documentado.

José, filho primogénito, baptizado na Igreja de Arazede em 1832

Manuel, nascido em 1839, igualmente baptizado em Arazede

Maria de Oliveira enviuvou em 1846 ( José Francisco faleceu no final desse ano, no lugar dos Pelichos ) quando todos os seus filhos eram menores de idade. Só voltamos a ter notícias suas aquando do seu óbito, na freguesia de Palmela, em 1863. Terá chegado entre 1846 e 1863; provavelmente, em 1859, quando o seu filho primogénito, José, casou na Igreja de Palmela, já seria moradora na freguesia de Palmela, onde a irmã Isabel de Oliveira também já vivia desde pelo menos 1854.

Maria de Oliveira, viúva de José d'Arcanja,  faleceu no lugar da Fonte da
Vaca da freguesia de Palmela ( presentemente freguesia de Pinhal Novo ),
em 1863
Para que não subsistam dúvidas sobre a identidade desta Maria de Oliveira a que se refere o  assento de óbito, que poderão surgir devido aos vários apelidos / alcunhas do marido ( André, d'Arcangela, d'Arcanja ) decidi recorrer ao Inventário de Menores constituído por morte do meu trisavô António Jorge Delgadinho, entre 1877 e 1887, de cujo Conselho Familiar fizeram parte Manuel Arcanjo e Joaquim Arcanjo, sobrinhos do falecido e filhos de Maria de Oliveira

Manuel Arcanjo e Joaquim Arcanjo são referidos no
Inventário de Menores por óbito do tio, António Jorge Delgadinho










segunda-feira, 28 de setembro de 2015

José Jorge ( Quiaios, 1780 / Moita, 1822 )

José Jorge nasceu em 1780 no Casal de Poço Frio, na freguesia de Quiaios ( presentemente, este lugar chama-se Lomba do Poço Frio e situa-se na freguesia do Bom Sucesso, no concelho da Figueira da Foz ); foi filho de Jorge da Costa e de Maria Jorge, ambos naturais desta freguesia; foi neto paterno de Mateus Gomes ( o apelido não é mencionado pelo pároco, no entanto foi confirmado noutros documentos ) e de Magdalena da Costa, ambos naturais da freguesia de Nossa Senhora do Ó de Cadima; foi neto materno de João Francisco Lavos e de Inácia Jorge, da freguesia de Quiaios.

José Jorge, meu quinto avô
A 25 de Novembro de 1805, José Jorge casou com Teresa da Silva na Igreja Paroquial de São Mamede de Quiaios.

 Casamento de José Jorge com Teresa da Silva

Em Novembro de 1808, nasceu a sua filha Maria, ainda em Quiaios; a partir dessa data, José Jorge deixa de constar nos registos desta freguesia. Por outro lado, nos Livros Paroquiais da Moita, o seu nome é referido apenas em 1815, data do batismo da sua filha Antónia, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Boa ViagemComo explicar então o hiato de quase sete anos entre os nascimentos de Maria e  Antónia, tendo em conta que as últimas quatro filhas nasceram num curto período de seis anos? A chegada de José Jorge à Moita logo após o nascimento de Maria, com uma posterior reunião da família, poderá ser a resposta a esta questão; uma separação geográfica do casal poderá explicar a ausência de filhos durante esse tempo e era comum os homens gandareses virem trabalhar sazonalmente para esta região, deixando as mulheres nas suas aldeias. No entanto, sem provas documentais, a verdade permanece incógnita.

Maria da Silva veio a casar com António Rodrigues Costa,
 natural de Arazede 

José Jorge  terá chegado à freguesia da Moita entre 1808 e 1815, onde nasceram e foram batizadas quatro filhas: Antónia ( 1815 ), Mariana 1817 Ana ( 1819 ) e Francisca ( 1821 ).

 Antónia da Silva, que veio a casar com João Marinheiro,
natural das Alhadas e, em segundas núpcias, com 
José Carreira, natural de Cadima
  Aparentemente, Antónia foi batizada como António;
o lapso foi corrigido 20 anos depois, aquando do seu 1º casamento

Mariana da Silva veio a casar com Manuel Marques Tapado,
natural de Cadima

Registo de baptismo de Francisca da Silva, minha quarta avó,
que veio a casar com João Gaspar Caçoete, natural de Ferreira-a-Nova

José Jorge faleceu no ano seguinte, 12 dias após ter falecido a sua filha Ana; deixou quatro filhas ( Maria, Antónia, Mariana e Francisca ), as quais herdaram a apelido da mãe; todas casaram e deixaram descendência nesta região ( Moita, Sarilhos Grandes, Pinhal Novo ). Nenhum dos documentos consultados menciona o local da freguesia onde vivia.

" Aos vinte e nove de Agosto de 1822 nesta Paroquial de Nossa Senhora da Boa Viagem da Villa da Moita,  foi sepultado José Jorge, casado com Teresa da Silva assistente nesta freguesia e natural da freguesia de São Mamede no lugar de Quiaios, Bispado de Coimbra; não recebeu sacramento algum porque morreu de repente e não fez testamento de que fiz este assento que assinei, o Pároco encomendado João António Soares "










domingo, 16 de agosto de 2015

Jorge Clemêncio, ? / Palmela, 1852

Jorge Clemêncio nasceu em local e data incertos, muito provavelmente no concelho de Montemor-o-Velho, tendo sido filho de pais incógnitos. Concretamente, sabe-se que antes de casar era morador no lugar de Ferrões, na freguesia de Arazede; terá sido criado por José Mendes, de quem adotou o apelido numa primeira fase da sua vida, e Maria dos Santos, informação que nos é revelada no registo de batismo do filho Joaquim, nascido em 1826. No entanto, ao chegar à região de Palmela passou a usar o apelido Clemêncio, o qual preveleceu até à sua morte, tendo sido também transmitido ao seu filho José.

Em 1820, casou com Maria Jorge na Igreja de Arazede e no ano seguinte nasceria a primeira filha do casal, MariaEm 1823 nasceu a segunda filha do casal, Joaquina, e em 1826Joaquim.

Casamento com Maria Jorge, em 1820

Posteriormente, nasceram Ana, José e Manuel. Este último, nascido em 1837, viria a falecer na Fonte da Vaca ( Pinhal Novo ), em 1845, o que significa que a família terá chegado a esta região entre 1837 e 1845. 

Joaquina, filha de Jorge Mendes Engeitado

Joaquim, filho de José Mendes e Maria Jorge,
neto paterno de José Mendes e Maria dos santos

É o registo de Joaquim que vem lançar luz sobre a origem do apelido Mendes, pois todas os outros documentos paroquiais identificam Jorge Mendes como filho de pais incógnitos, exposto ou enjeitado. Pelo contrário, neste registo, por desconhecimento ou por lapso do pároco, são identificados os seus pais, supostamente aqueles que o criaram, não os biológicos. Também neste registo, Jorge Mendes é identificado por José mas talvez não se deva a um lapso, afinal futuramente será também conhecido como José Jorge Clemêncio, desaparecendo o apelido que usou no passado.

Manuel, falecido em 1845, na Fonte da Vaca, Pinhal Novo

Jorge Clemêncio faleceu em 1852, tendo sido sepultado no Cemitério Público de Palmela. O seu filho José usou igualmente o apelido Clemêncio, no entanto desconhece-se a existência do mesmo na região, atualmente.

Jorge Clemêncio, meu 5º avô,  faleceu em 1852




quinta-feira, 30 de julho de 2015

António Domingues Macau ( Mira, 1821 / Palmela, 1884 )

António Domingues Macau nasceu na freguesia de São Tomé de Mira, no dia 15 de Março de 1821; os seus pais foram Manuel Domingues Macau e Ana Domingues, também naturais da mesma freguesia; foi neto paterno de Tomé Domingues Macau e de Maria dos Santos, da Rua da Corredoura; foi neto materno de Manuel da Silva Monteiro e de Custódia Domingues, da Rua do Marco da mesma freguesia. 

António Domingues Macau nasceu em 1821, na freguesia de Mira

Uma vez que o apelido Macau não consta no seu assento de batismo,  os registos dos seus irmãos, assim como o do casamento dos seus pais, foram fundamentais para dissipar eventuais dúvidas. Também o facto de a sua mãe ser posteriormente identificada como Ana Custódia ( o segundo nome era o da sua mãe, Custódia Domingues ) constitui uma prática muito comum entre as famílias da região. Por outro lado, as referências casuais ao sobrenome Macau nesta freguesia, restringem-se a uma única família e poderão sugerir que se tratava de uma alcunha.


Casamento de Manuel Domingues Macau e Ana Domingues, 
pais de António Domingues Macau, em 1808

O assento de Maria,  irmã mais velha de António Domingues, menciona o apelido Macau

Desconhece-se a data em que António Domingues Macau chegou à região de Setúbal; no entanto, em 1856 já se encontrava na zona,  tendo casado na Igreja de Palmela com Maria Gomes Nogueira, irmã do meu trisavô António Gomes Nogueira de Faria. Os 35 anos do noivo contrastavam com a juventude da noiva, que terá sido batizada em Sarilhos Grandes ( concelho de Montijo ), por volta de 1840 ( teria à volta de 16 anos na data do matrimónio ), ao contrário dos seus irmãos mais velhos, que nasceram na freguesia de Arazede ( concelho de Montemor-o-Velho ).

Casamento de António Domingues Macau e Maria Gomes Nogueira


A informação da sua morada surge apenas em 1859, quando foi testemunha dos casamentos dos seus dois cunhados, Manuel Teixeira de Faria e António Gomes Nogueira de Faria, realizados no mesmo dia. Ambas as certidões atestam que António Domingues era morador no sítio da Carregueira ( Pinhal Novo ).

No entanto, em 1865, já era morador no lugar da Cascalheira ( Pinhal Novo ), como comprova o assento de batismo do seu filho António.

António, filho de António Domingues Macau e de Maria Gomes Nogueira

António Domingues Macau desempenhou um papel fundamental no processo que conduziu à construção da Capela de São José, no Pinhal Novo, tendo assinado a escritura do terreno destinado à construção da mesma, juntamente com Adelino de Jesus e José Nogueira de Faria ( este último também seu cunhado ), em 1872. Faleceu em 1884, no lugar da Cascalheira ( Pinhal Novo ), onde era morador. Deixou filhos, alguns deles bastante jovens.

António Domingues Macau, falecido em 1884