sábado, 14 de novembro de 2015

Rosária da Cruz ( Mira, 1770 / Coina, 1813 )

Rosária da Cruz nasceu em 1770 no lugar de Cavadas da freguesia de São Tomé de Mira; foi filha de Francisco Ribeiro de Figueiredo e de Maria da Cruz do lugar de Cavadas desta freguesia; foi neta paterna de Caetano de Figueiredo, natural de Ermida desta freguesia, e de Maria Ribeira, das Cavadas; pela parte materna, foi neta de Manuel da Cunha, do Colmeal, também nesta freguesia, e de Luísa da Cruz, natural do lugar do Pisão, freguesia de Cantanhede. Os seus padrinhos foram Manuel Marques, da Corujeira ( freguesia de Mira ) e Rosária, filha de Francisco da Costa, do Pisão ( freguesia de Cantanhede ); João Francisco e António Domingues, ambos das Cavadas, foram testemunhas do seu baptismo.


Rosária da Cruz, minha quinta avó, nasceu
em 1770, na freguesia de São Tomé de Mira

Rosária da Cruz casou com António de Miranda, na Igreja de Nossa Senhora da Tocha freguesia da Quintã Izento do real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em 1789.

Casamento de António de Miranda e Rosária da Cruz;
 em que o seu nome está grafado como Rosália

No ano seguinte nasceu o primeiro filho do casal, Joaquim, no lugar de Catarinões da freguesia da Tocha, onde nasceram também Manuel e Maria. Uma vez que existe um hiato temporal nos livros de baptismos da paróquia da Tocha, entre 1796 e 1805, não foram encontrados registos de outros filhos de Rosária da Cruz nesta freguesia. No entanto, na freguesia vizinha de Mira foi baptizado, em 1803, Francisco, meu quarto avô, o que significa que a família ainda se encontrava na Gândara nessa época. Não foram encontrados registos de baptismo referentes a outros filhos do casal, que se sabe terem existido.

Joaquim, filho de António de Miranda e Rosária da Cruz

Durante muito tempo, a probabilidade de encontrar o assento de óbito de Rosária da Cruz pareceu-me muito baixa ou mesmo nula, após ter procurado, sem êxito em vários livros paroquiais, quer da região gandaresa, quer da margem sul do Tejo. Contudo, nos últimos tempos, um impulso levou-me a pesquisar outros livros da região, numa busca por possíveis ligações e respostas relativamente a outros antepassados.  E, inesperadamente, encontrei a minha quinta avó, numa freguesia onde jamais imaginei que pudesse ter estado, Coina, no concelho do Barreiro

Rosária da Cruz faleceu em 1813 na freguesia de Coina ( que também foi sede de concelho até à sua extinção em 1835, tendo sido nesta data integrado no concelho de Alhos Vedros, até ao seu desaparecimento  em 1855 ), o que significa que viveria nesta região há poucos anos, visto que o seu filho Francisco, meu quarto avô, nasceu em Mira no ano de 1803. Foi sepultada na tumba da Misericórdia, tendo sido pagos 720 reis, e não os 400 inicialmente referidos no assento, como se pode verificar na emenda à margem do mesmo.

Rosária da Cruz faleceu em 1813 na freguesia de Coina

A fim de dissipar todas as dúvidas, pois o assento de óbito não refere a sua naturalidade, procurei na mesma paróquia referências a outros membros da família. E encontrei-as. De facto, Joaquim de Miranda, o filho mais velho de Rosária da Cruz, casou nesta mesma freguesia de Coina em 1815 e aí foram também baptizados vários filhos seus. Também existem referências ao seu viúvo, António de Miranda, testemunha em pelo menos um casamento.

Joaquim de Miranda, filho de António de Miranda e Rosária
 da Cruz, baptizado na freguesia de Nossa Senhora da Tocha,
 casou na Igreja da Misericórdia de Coina em 1815

Não é possível identificar o local exato onde teria vivido esta família nos seus primeiros anos nesta região, no entanto após 1825, encontramos vários filhos de Rosária da Cruz  nos livros paroquiais da Moita, Sarilhos Grandes e Palmela.